Sobre Moçambique

 

Moçambique é um país rico em recursos, caracterizado pelo colonialismo, guerra civil, corrupção e conflitos, que apesar do potencial económico ainda luta contra a pobreza e a instabilidade.

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Moçambique: Um Breve Retrato

População: Aproximadamente 31 milhões (2023)
Tamanho do país: 801.590 quilómetros quadrados
Litoral: Aproximadamente 2.500 quilómetros ao longo do Oceano Índico
Zonas climáticas: Clima tropical a norte e ao longo da costa, clima subtropical a sul
Ocupação da população: Principalmente agricultura, mas também pesca, mineração e indústria
Geografia: Áreas ricas em rios, planaltos e planícies costeiras
Exportações: Carvão, alumínio, gás natural, camarão, peixe, madeira, castanha de caju
Importações: Máquinas, equipamentos, veículos, combustíveis, produtos químicos
PIB por capita: Cerca de 490 USD (2023), fazendo do país o 5º mais pobre do mundo.
Esperança média de vida: 62 anos.
Dois em cada três moçambicanos são jovens com menos de 25 anos. O desemprego entre eles é elevadíssimo – alegadamente 50 por cento.

Antes da chegada dos portugueses

Antes da chegada dos portugueses, no século XV, a zona que é hoje Moçambique era habitada por várias tribos de língua bantu que se dedicavam à agricultura, à pesca e ao comércio. A partir do século IX, a cultura costeira suaíli floresceu. As cidades-estado ao longo da costa, como Sofala e a Ilha de Moçambique, tornaram-se centros importantes para o comércio de ouro, marfim e escravos, com ligações à Arábia, Índia e Pérsia. Africanos e árabes foram responsáveis por este tráfico de seres humanos.

Nas mãos dos portugueses

Os exploradores portugueses chegaram a Moçambique no final do século XV e o país tornou-se uma colónia portuguesa em 1505. Os portugueses estabeleceram entrepostos comerciais e fortes ao longo da costa e, no interior, estabeleceram plantações e minas. O domínio colonial caracterizou-se pela exploração e pelo trabalho forçado.
Portugal geriu Moçambique com firmeza e os recursos do país foram utilizados sobretudo em benefício de Portugal; um dos países mais pobres da Europa. Uma receita importante para governar o país era a exploração dos moçambicanos.
A resistência ao domínio colonial foi crescendo ao longo dos anos e, em 1964, a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) iniciou uma luta armada pela independência.

Frelimo no poder desde 1975

Moçambique conquistou a independência de Portugal a 25 de Junho de 1975 e a FRELIMO tornou-se o partido no poder, tendo como primeiro presidente Samora Machel. A FRELIMO estabeleceu um Estado socialista de partido único apoiado pela União Soviética, China, Europa de Leste e países nórdicos. Foram feitas tentativas de modernizar o país através de nacionalizações e reformas educativas. Mas o país mergulhou rapidamente numa guerra civil contra a RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana), um movimento rebelde apoiado pelo regime do apartheid na África do Sul e pelas forças conservadoras na Rodésia (actual Zimbabué). Os dois países que construíram o seu domínio sobre o apartheid e o racismo impediriam um país socialista de ter sucesso e, assim, apoiar os movimentos de liberdade, o ANC e o Zanu/Zapu, respectivamente.

Foi assim que aconteceu

Após o fim da guerra civil em 1992, foi introduzida uma nova constituição em 1990 e as primeiras eleições livres foram realizadas em 1994. Desde então, a FRELIMO tem mantido o poder. Em 2000, o ciclone mortal Eline atingiu o país, causando destruição generalizada e perda de vidas. Em 2004, Armando Guebuza foi eleito presidente e a sua administração centrou-se no crescimento económico e no combate à corrupção. Em 2010, Moçambique foi atingido pelo ciclone Fávio, que também provocou graves danos.

Em 2013, os conflitos entre a FRELIMO e a RENAMO reacenderam-se novamente, mas foi assinado um acordo de paz em 2019. Em 2015, Filipe Nyusi tornou-se presidente e, sob a sua liderança, foram feitos investimentos significativos em projectos de gás natural na bacia do Rovuma, no extremo norte do país. O prometido crescimento económico não se concretizou quando o chamado “escândalo do atum” revelou corrupção maciça envolvendo membros do governo. A norte, a população é predominantemente muçulmana. Muitos permitiram-se radicalizar, frustrados pelo facto de os enormes depósitos de gás não terem tido, como prometido, um efeito sobre o baixo nível de vida, antes pelo contrário. Desde 2017 que se realizam guerras regulares lideradas por grupos rebeldes islâmicos na província de Cabo Delgado, no norte do país.

Em 2019, os ciclones Idai e Kenneth atingiram o país, resultando numa destruição generalizada e em crises humanitárias. Apesar dos desafios, Moçambique tem registado um crescimento económico, impulsionado principalmente pelo gás natural e pela extracção mineral. Mais recentemente, a forma como o país lidou com a pandemia da COVID-19 e os conflitos contínuos no norte têm sido áreas de foco chave para o governo.